terça-feira, 22 de março de 2016

PENSAMENTO QUOTIDIANO - 22.03.2016

Um jovem pôs entre as páginas de um livro a flor que lhe deu a sua amada.
É claro que, pouco tempo depois, as pétalas perderam a vitalidade e ficaram descoloridas, mas o que importa isso?
Sempre que ele olha para aquela flor, parece-lhe que a sua amada lhe sorri e lhe diz mil coisas através dela.
Ele aperta a flor contra o coração, pousa nela os seus lábios, ela é como um talismã que lhe abre as portas do céu e ele vive cheio de alegria, sente-se inspirado, torna-se poeta.
Mas o tempo passa e as relações com essa jovem já não lhe parecem tão ideais: agora, ele mal nota a flor entre as páginas do livro; esta já não lhe diz nada, é como se tivesse ficado muda.
E, um dia, ele acaba por pô-la no lixo.

Então, o que se passou?
A flor continuava lá, não tinha mudado, mas o rapaz, sim, mudara.
Ele é que fizera daquela flor um talismã.
E foi ele que lhe retirou o poder.
A conclusão atirar deste exemplo é que, por si mesmo, um objecto é indeterminado; é a nossa maneira de o considerar que pode fazer dele um talismã.


OMRAAM  MIKHAËL  AÏVANHOV

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